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O transplante de córnea é uma cirurgia que consiste em substituir uma porção da córnea doente de forma total ou parcial de um paciente por uma córnea doadora saudável, a fim de melhorar a visão do paciente ou corrigir quadro de perfurações oculares que colocam em risco a perda anatômica e funcional do olho.



  1. O que é a córnea?

    A córnea é uma estrutura transparente localizada na parte anterior do globo ocular ou seja, na frente do olho.


  2. Quando se indica o transplante de córnea?

    O transplante de córnea é indicado quando uma de suas características é perdida: transparência , curvatura ou regularidade.


  3. Quais são os problemas que acarretam a necessidade do transplante?

    Cicatrizes pós trauma ou infecção (leucoma), edema de córnea (ceratopatia bolhosa), queimaduras químicas ou térmicas, ceratocone, distrofias.


  4. Posso resolver o problema com óculos ao invés de fazer o transplante?

    É necessário reforçar a ideia de que quando isso ocorre, mesmo que troquemos os óculos, a visão continuará restrita, daí sendo indicado o transplante de córnea.


  5. O que é o transplante de córnea?

    O transplante de córnea consiste na substituição da córnea alterada por uma córnea doadora.


  6. Quais são os tipos de transplantes de córnea?

    Os transplantes penetrantes são aqueles que substituem toda a espessura da córnea, enquanto os transplantes lamelares substituem apenas uma porção da córnea.


  7. Qual o tipo de anestesia no transplante de córnea?

    Anestesia local ou anestesia geral.


  8. Quando se retiram os pontos?

    Os pontos são retirados em duas situações: quando eles se soltam ou quando desejamos corrigir o astigmatismo que pode ocorrer com a cicatrização.


  9. Onde retiramos os pontos?

    A remoção de pontos é feita no consultório com anestesia de colírio.


  10. Qual a porcentagem de sucesso de um transplante de córnea?

    Depende da causa que motivou o transplante. O transplante de córnea apresenta alta porcentagem de sucesso nos casos não complicados e de bom prognóstico.


  11. Posso ter rejeição?

    Todo transplantado pode ter rejeição independente do tempo de cirurgia. A chance de rejeição diminui ou aumenta dependendo da causa que motivou o transplante.


  12. Quais são os sinais e sintomas de rejeição?

    Olho vermelho, baixa de visão súbita ou progressiva, fotofobia ou dor.


  13. Perco o transplante se tiver rejeição?

    Não, o importante é o diagnóstico e o tratamento precoce, sendo assim, é possível reverter em grande parte das vezes somente com tratamento medicamentoso.


  14. Se perder o transplante posso repeti-lo?

    Sim. Quando não diagnosticamos a tempo ou não obtemos resultado com o tratamento, pois existe a possibilidade de se realizar outro transplante após a rejeição.


  15. Qual o cuidado pós-operatório?

    O paciente deverá usar comprimidos e colírios antibióticos e anti-inflamatórios. Em casos especiais pode ser necessário anti-hipertensivo ocular. Deve-se evitar esforço físico, piscinas no período de cicatrização e dormir do lado contralateral ao olho operado. A recuperação visual é lenta e progressiva.


  16. O que se pode esperar de um transplante de córnea?

    Geralmente os resultados visuais após transplante de córnea são muito satisfatórios. A visão do paciente depende também da integridade de outras estruturas oculares. Após o transplante, pode levar meses para a visão atingir seu melhor potencial, porém após algumas semanas o paciente já poderá perceber alguma melhora.


  17. Quais os requisitos para o médico oftalmologista realizar transplante de córnea?

    O médico oftalmologista deve ter especialização documentada em transplantes, ser cadastrado no Sistema Nacional de Transplantes e na Central de Transplantes para qual pertence.


  18. Todos os hospitais podem realizar transplante de córnea?

    Sim, desde que os hospitais oftamológicos e os médicos estejam devidamente cadastrados no sistema nacional de transplamtes para qual pertence.


  19. O que é a lista de espera e como ela funciona?

    A lista de espera é uma lista única (para uma região ou Estado), a fim de promover um acesso igualitário ao transplante para todos os pacientes.


  20. Existem casos que possam ser priorizados na lista de espera?

    Existem critérios para permitir o acesso mais rápido ao transplante, como em crianças com problemas bilaterais, perfurações oculares, infecções graves intratáveis, rejeições recentes de transplantados.


  21. Quem controla a lista de espera?

    O controle da lista de espera é realizado pelas centrais de transplante. As centrais de transplante dos diversos Estados estão integradas ao Sistema Nacional de Transplantes, o qual está submetido ao Ministério da Saúde.


  22. Quanto tempo demora a espera por um transplante de córnea?

    Isto é variável, pois depende do número de pacientes em espera. Mesmo assim, urgências podem ser atendidas em poucos dias, dependendo da gravidade do caso.


  23. De onde se originam as córneas usadas nos transplantes?

    Estas córneas originam-se de pessoas que faleceram e que doaram as córneas para transplante.


  24. Quem pode ser um doador de córnea?

    Qualquer pessoa pode se oferecer para doar suas córneas. Mesmo assim, os familiares do doador sempre são consultados e precisam autorizar a doação. Por este motivo, caso você deseje doar suas córneas, comunique isto à sua família para que saibam de sua vontade.


  25. Existe algum controle sobre a qualidade das córneas doadas?

    Sim. Existe um controle rigoroso da qualidade das córneas doadas para transplante, a fim de evitar a transmissão de doenças infecciosas e para assegurar a boa qualidade do tecido doado.


  26. Quem faz este controle de qualidade?

    Este controle é feito pelos hospitais captadores e transplantadores das córneas, através de seus bancos de córneas, seguindo recomendações internacionais e em concordância com as normas do Sistema Nacional de Transplantes.



Epitélio



O epitélio é a camada da córnea superficial e compõe-se de quatro a seis outras camadas de células do tipo epitélio escamoso estratificado e não é queratinizado. Sua espessura é de 10% aproximadamente e é provida de alta capacidade de regeneração.

São colunares as células em suas camadas mais profundas, com atividade mitogênica. Enquanto as células mais superficiais (tidas como mais antigas) começam a descamar, outras células novas vão naturalmente tomando a forma estratificada descrita anteriormente.

Para que ocorra a renovação da célula na superfície são necessários sete dias - período necessário para a ocorrência da mitose.

O epitélio apresenta-se com uma superfície lisa e brilhante, o que lhe assegura o seu poder de refração. Seu funcionamento é uma espécie de bloqueio contra perda de líquidos e, conseqüentemente, evita a penetração de micro-organismos.

As células basais em suas bordas apresentam extensões digitais, são unidas entre si pela "zonula adherens" e "gap junctions". As células basais são planas em sua face posterior e estas aderem-se à lâmina basal através de hemidesmossomas.


Membrana de Bowman

Esta membrana é formada de células do epitélio basal, da lâmina basal e de fibras do Estroma anterior, a sua espessura é de 8mm a 12mm e sua formação é por fibras de colágeno e proteoglicanas, ela não tem o poder de se regenerar uma vez lesada. Seu diâmetro é de aproximadamente dois terços das fibras de colágeno do Estroma. Sua função baseia-se em manter a integridade e a organização epitelial e manter o Epitélio separado do Estroma.


Membrana de Descemet

Sabe-se que a sua formação acontece aos quatro meses de gestação e sua camada anterior se completa próximo ao nascimento. A Membrana de Descemet é facilmente regenerada, devido a sua formação a partir do Endotélio, ela reveste toda a superfície do Estroma que é composta por uma camada anterior perto ao Estroma e uma camada posterior perto ao Endotélio. Esta mesma membrana tem uma espessura que se apresenta ao longo da vida, portanto não tendo significado relevante e permanece em torno de 3 mm em sua camada anterior, e de 2mm para 10mm na camada posterior que neste caso pode variar com o passar dos anos.


Endotélio

Medindo aproximadamente 4mm a 6mm em sua altura e 20mm em seu comprimento, as células são hexagonais e se dispõem de maneira extraordinária, pela disposição e pelo padrão dessas células é chamado de mosaico endotelial por sua semelhança.

Quando ocorre perda de células endoteliais, aquelas células que sobraram deslocam-se na direção da área lesionada para preencher aquele espaço, aumentando seu tamanho (polimegatismo) e também alterando sua forma (pleomorfismo). Todo esse mecanismo é responsável pelo reparo do endotélio, leva-se em conta o fato de que a mitose nas células endoteliais adultas é lenta e escassa.

Observa-se em cultura com soro fetal em humanos a evidência de mitose celular endotelial. Para se manter o estado de transparência e deturgescência da córnea torna-se necessária e essencial a integridade funcional do endotélio corneano. É imprescindível enfatizar que o endotélio é de suma importância para manter a transparência e organização das camadas da córnea, com isso evita-se um edema corneano. Com a exata transferência de sódio e potássio o endotélio leva a água a uma velocidade de 6,5ml/cm/hora. Sabe-se que o oxigênio é proveniente do humor aquoso e que o suprimento de glicose provém também do humor aquoso e com isso esse mecanismo de transferência é facilitado.

Com o nascimento, o volume endotelial varia de 3500 a 4000 células por milímetro quadrado. No indivíduo adulto esse volume varia de 1400 a 2500 células por milímetro quadrado. Sendo assim o mínimo que se espera para que o endotélio possa manter a sua função é na ordem de 400 a 700 células por milímetro quadrado. Sem esse mínimo é impossível manter sua função e a partir disso começa a ocorrer edema e, consequentemente, perda da visão.


Quando se transplanta o endotélio corneano?

Quando este não está funcionalmente sadio, levando a um inchaço da córnea e embaçamento da visão que não melhora com o uso de óculos ou lente de contato. A ceratopatia bolhosa e a distrofia de Fuchs são exemplos de patologias do endotélio.




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